Crucificam-me e eu tenho de ser a cruz e os pregos.
Estendem-me a taça e eu tenho de ser a cicuta.
Enganam-me e eu tenho de ser a mentira.
Incendeiam-me e eu tenho de ser o inferno.
Tenho de louvar e de agradecer cada instante do tempo.
O meu alimento são todas as coisas.
O peso exato do universo, a humilhação e o júbilo.
Tenho de justificar o que me fere,
Não importa a minha felicidade ou infelicidade,
Sou o Poeta !
5 comentários:
Esses é um dos meus preferidos de Borges.
Um abraço !
Cumplicidade radical , mas que tem o dom de encantar.
Beijos
Os poemas postados aqui são mesmo escolhidos pelo crivo poético!
Esse me lembrou no final Cecília Meireles... "não sou alegre nem sou triste, sou poeta"
E essa relaçao causa/efeito na primeira estrofe é bem interessante - fora do convencional.
Obrigado pelos seus comentários instigantes lá no meu blog.
Abraço!
Olá gostei muito, que intenso!
Passear pelo seu blog é uma satisfacao.
Quero aproveitar para agradecer os comentários tao carinhosos.
Bjos
Poema com poema se responde:
"O verdadeiro poeta é conjuntamente um ser de circunstância, e eterno" (Murilo Mendes/in "O Díscipulo de Emaús").
Abraço fraterno do Beto
http://betoqueiroz.com
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