Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida..
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas,
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago,
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim..
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma..
Ninguém as vê cair dentro de mim!
2 comentários:
Suas postagens são de excelente bom gosto. Parabéns. Bjs
Florbela Espanca
A poetisa do "Amor".
Amei este encontro!
Maria Luísa
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